Mesmo com o agravamento das denúncias contra Cunha - na sexta, veio à tona relatório do Ministério Público suíço mostrando que ele usou contas secretas na Suíça para pagar faturas de cartões de crédito e despesas pessoais da mulher e da filha na Inglaterra, na Espanha e nos Estados Unidos, como aulas de tênis -, essas bancadas preferem agir com cautela e, em conversas ao longo da semana, defenderam o aliado. Para completar, Cunha tem a solidariedade das mais de duas dezenas de parlamentares que, como ele, estão sendo investigados pela Operação Lava-Jato. Nos bastidores, porém, todos os grupos reconhecem que trata-se de uma corrida contra o tempo.
Segundo aliados, a força de Cunha se explica por vários motivos. Primeiro, a relação que cultivou com os colegas ainda como líder do PMDB. Cunha sempre optou por agir de forma solidária com colegas acusados, até mesmo no caso do primeiro deputado preso, Natan Donadon. Também conquistou a fama de alguém que cumpre compromissos, conquistando o reconhecimento até entre petistas. Aliados dizem que Cunha representa "o máximo do espírito de corpo da Casa" e que, como presidente, valorizou a Câmara em contraponto ao Executivo. (O Globo)
— A oposição não vai empurrá-lo para o abismo, mas também não vai segurá-lo. Não tem o que fazer quando estourar e aparecer o extrato. A situação dele já está definida, ele está perdido, mas vai fazer o impeachment. Sai da presidência e se defende como deputado. O problema é: qual o prazo? Mesmo no Conselho de Ética a coisa leva tempo — acrescenta um oposicionista.
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