segunda-feira, maio 18, 2015

Escravos das novas tecnologias

Marilene Parente - Você usa tecnologia digital? A maioria responderá que sim, e existem boas razões para isso. Os aparelhos eletrônicos têm um papel importante e útil no trabalho, na vida social e no entretenimento. Mas, parece que muitas pessoas são apegadas demais a seus aparelhos eletrônicos. Por exemplo, Nicole, de 20 anos, diz: “Detesto admitir isso, mas eu e meu celular somos inseparáveis! Sempre me certifico de tê-lo por perto. Enlouqueço se estou numa área que não tem sinal e, depois de uma meia hora, mal posso esperar para ver se recebi alguma mensagem. É meio ridículo.”
Algumas pessoas até acordam várias vezes durante a noite para ver se receberam mensagens ou atualizações. Elas talvez apresentem sintomas de abstinência quando estão separadas de seus  “amigos” eletrônicos. Alguns pesquisadores descrevem esse tipo de comportamento como um vício — em tecnologia digital em geral, em internet ou num aparelho específico, como um smartphone. Outros hesitam em usar o termo “vício” e preferem descrever esse comportamento como problemático, compulsivo ou obsessivo.
Não importa como é chamado, o mau uso da tecnologia digital pode ser um problema. Em alguns casos, isso tem criado uma barreira entre os membros da família. Por exemplo, uma jovem de 20 anos lamenta: “Meu pai não sabe mais o que acontece na minha vida. Ele se senta na sala e fica escrevendo e-mails enquanto fala comigo. Ele não consegue largar o celular. Pode até ser que meu pai se importe comigo, mas às vezes não parece”.
Para ajudar a lidar com o mau uso da tecnologia, países como China, Coreia do Sul, Estados Unidos e Reino Unido criaram centros de “desintoxicação digital”, onde os pacientes são proibidos de acessar a internet ou aparelhos digitais por vários dias. Por exemplo, veja o caso de Brett, um jovem adulto que chegava a passar 16 horas por dia num jogo on-line. Ele diz: “Sempre que eu estava on-line, eu ficava eufórico como se tivesse usado drogas.” Quando Brett se internou num centro de desintoxicação digital, ele estava desempregado, não ligava mais para a higiene e tinha perdido seus amigos. Como você pode evitar uma situação assim?
Determine o quanto a tecnologia afeta sua vida. Pergunte-se: Fico indevidamente agitado ou até irritado se não consigo acessar a internet ou usar meu aparelho eletrônico? Continuo usando a internet ou um aparelho eletrônico bem depois do horário em que determinei parar? Estou perdendo o sono necessário porque não consigo parar de ver se chegaram novas mensagens?
Meu uso da tecnologia faz com que eu deixe minha família de lado? Será que os membros da minha família concordariam com a minha resposta? Se a forma como usa a tecnologia faz você negligenciar as “coisas mais importantes” incluindo sua família e outras responsabilidades? Então está na hora de fazer mudanças. 
            Qualquer coisa, mesmo uma coisa boa, pode ser prejudicial em excesso. Por isso, se você usa tecnologia digital para fazer negócios ou para se divertir, estabeleça por quanto tempo irá usá-la e não ultrapasse esse limite. Embora novos aparelhos tornem mais fácil e mais rápido acessar e transmitir dados, o mau uso da tecnologia sem dúvida vai aumentar. Mas não deixe que seu gosto por tecnologia se torne um vício. Se souber usar bem seu tempo, você conseguirá fazer bom uso da tecnologia digital. 
            De um modo especial, os pais devem ficar atentos, tanto em dar por exemplos aos filhos, fazendo uso razoável dessas novas tecnologias que tem o poder de viciar, quanto na observação do tempo e do que fazem crianças e adolescentes, com celulares, tabletes e computadores. Devem os responsáveis verificar se os estudos e o convívio familiar e social em geral não estão sendo prejudicados pelo mergulho exagerado nas novas tecnologias. Elas são imprescindíveis nos dias de hoje, mas, não devem tornar as pessoas escravas delas, pois a partir do momento que isso acontece, passam a ser prejudiciais, tanto para a saúde física, pois as pessoas deixam de praticar esportes, dentre outras atividades, e até para o bom desenvolvimento mental desses seres em formação. Sem esquecer, que nós adultos não estamos imunes a essa escravidão tecnológica. Precisamos nos policiar.

            

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